Recentemente, li um texto de uma autora desconhecida que refletia o que sempre questionei a respeito de relacionamentos. Nele, a autora relata que não existe mais espaço para o romantismo, tampouco se tolera esperar o necessário para que as coisas fiquem prontas em seu tempo. Por que fazemos isso? Por que planejamos tanto coisas que não são palnejáveis, como a vida?
O certo é que, se não cuidarmos da forma como lidamos com os nossos relacionamentos atuais, não poderemos mesmo esperar que sejam românticos e duradouros como antigamente. (Devemos levar em consideração que antigamente a condição social da mulher era diferente. Mas mesmo assim, eram casais mais pacientes uns com os outros. Assim pensamos).
É importante não esquecermos que aquele por quem nos apaixonamos é alguém com desejos, medos, angústias e planos próprios. A rotina dos relacionamentos muitas vezes nos faz imaginar o outro como extensão de nós mesmos sem nos questionarmos sobre o que ele pensa ou quer. Partimos do pressuposto de que já sabemos.
Daí eu pergunto: Por que fazemos isso? Se pararmos para analisar, tenho a certeza de que cada um de nós já esteve nessa situação algum dia.
Um bom relacionamento a dois exige um indivíduo consciente de si mesmo e do outro como sendo duas entidades separadas. Relacionamentos tornam- se difícieis quando encarregamos o outro de suprir todas as nossas faltas e carências. Isso pode dar uma sensação de segurança e proteção, mas não consegue se estabelecer ao longo do tempo. Relacionamentos assim tendem ao fracasso, além de impedir o desenvolvimento de autonomia de cada um dos envolvidos.
Por que será que fazemos isso conosco?
Infelizmente, essa característica é mais típica em mulheres (digo infelizmente, porque sou uma ..Rs). Queria entender por que nós mulheres temos a tendência de projetar tanto as nossas vidas no outro. Projetar toda a nossa felicidade no relacionamento, sendo que ela está dentro de cada uma de nós. Ela é individual e intangível.
Parece um tanto contraditório, eu sei. Mas acreditem, não é proposital. Esse é o conflito do universo feminino. Saber como as coisas são, porém não colocá-las em prática. Imaginar e achar coisas. Ah, como eu detesto as minhas crises de achismo! Elas normalmente não me levam para o melhor caminho.
Acredito que esperamos demais das nossas "investidas" amorosas e com isso, nos decepcionamos e nos tornamos desesperançosos. Talvez, não sei ao certo. Mas estou começando a acreditar nisso. Que criamos tantas expectativas, das quais muitas vezes nem existem e vivemos uma situação imaginária da qual nos machuca profundamente.
Hoje coloquei no meu facebook uma frase na qual acredito muito: "É no convívio com o outro que crescemos, aprendemos e nos tornamos flexíveis". Seja em qualquer tipo de relacionamento, é convivendo um com o outro que somos capazes de exercer as nossas melhores virtudes e os piores defeitos, desenvolvendo assim, a nossa evolução como ser humano.
Quando os casais conseguem superar, juntos, as dificuldades que a vida traz, ultrapassam obstáculos, transpõem crises, tornam-se mais fortes como dupla e como indivíduos.
A chama do amor, do respeito e da admiração, são aspectos fundamentais para a manutenção de qualquer relacionamento.
É uma luta diária de dedicação e paciência.
Conviver é, de fato, um desafio constante.
Mas é um desafio tãaaaaao gostoso! (risos) ... Continuemos então a enfrentar todos os dias esse e os demais desafios que a vida nos traz.