quarta-feira, 1 de abril de 2015

Era dezembro...

Abril

Segundo dia de abril de 2015.
Cinco anos se passaram da minha primeira publicação aqui. Muita coisa aconteceu e mudou. Como tudo na vida, é claro. Essa é a única certeza que o universo nos ensina diariamente: "o mundo vive em uma constante mudança". Ou seja, só não muda o que está não está vivo.
Que bom! Fico feliz em ver como a minha visão de certas coisas mudou. Porém, as cicatrizes das feridas que tivemos, ficam marcadas eternamente. Não para você revivê-las, mas para não esquecer e não cometer os mesmos erros de sempre.

É abril. Dentro de 365 dias, estou a dar um passo importante (se não o mais) da minha vida. Dentro de um ano estarei dizendo sim para a pessoa que hoje me fez acreditar que bons e velhos sentimentos, que talvez hoje estejam esquecidos, existem.
Dois de abril. Parece até uma brincadeira do destino ser quase no dia primeiro. Rss. Mas é esse o nosso dia escolhido para iniciarmos uma nova jornada. Um novo capítulo de nossas vidas. A partir desse dia, seremos uma família. Seremos dois. Dois indivíduos traçando o mesmo caminho.
É abril. Mês de renovação. Mês que "abre as portas"do ano para um novo tempo. Tudo é novo. O verão se foi e outono chegou.
Mês de Páscoa. Mês do recomeço.

Era dezembro e eu pedi um amor. Um amor que não realçasse os meus defeitos e sim as minhas qualidades. Que entendesse as minhas necessidades e respeitasse os meus valores e princípios. Que visse o melhor nas minhas atitudes. Que não fosse rude e não caçoasse das minhas crendices. Que fosse paciente e solidário. Que gostasse de mim como sou e não tentasse me mudar.
Pedi um amor. Algo que levasse embora o que fosse de pior e enaltecesse o que há de melhor. Que risse das minhas criancices e me achasse bonita mesmo sem maquiagem.
Parece até devaneio, mas eu pedi. E pode acreditar, ele veio!
Era dezembro.
Não em sua perfeição pois não existe. Mas da melhor maneira que poderia ser: real e tangível.
Possível de me fazer acreditar novamente nas boas intenções e na sinceridade. Alguém que me admira, mesmo com os meus defeitos. Que valoriza a minha determinação e honestidade.
Que acredita na família e na transmissão de valores. E, principalmente, que acreditasse em mim. No meu potencial.

As vezes também acho que estou sonhando. Mas por que eu estaria?
Basta acreditar. De alma e coração.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Como lidar com a culpa

Estou terminando de ler o livro da Lya Luft, Múltipla Escolha. No início, achei que era uma análise comportamental sobre as nossas escolhas e as consequências delas, mas ao decorrer da leitura percebi que é um desabafo de todas as suas (e por que também nossas?) frustrações perante as ações do homem e da sociedade. Mas achei interessantíssimo quando a autora aborda sobre o nosso comportamento perante algumas decisões que tomamos. De uma coisa é certa, desde que nascemos o mundo nos enche de opções e escolhas a fazer, algumas das quais nem possuímos maturidade para isso. E elas trazem respostas, consequências que podem ser boas ou más. Quando essa resposta não é a que esperávamos, nos frustamos e alimentamos a culpa. Mesmo que ela seja bem discreta, quase imperceptível. Mas acredite, ela está lá! Em um dos capítulos do livro ela cita: "A culpa é como uma mochila cheia de tijolos. Você carrega de um lado para o outro por toda a vida. Só tem um jeito: jogá-la fora!" É a mais pura verdade. Não há outra maneira de se livrar de qualquer tipo de culpa, se não tirar essa mochila pesada das costas e jogá-la pra bem longe. Sei que na teoria torna-se fácil e na prática, tão difícil que muitas vezes parece ser impossível. Eu carrego sim algumas culpas. Várias na verdade. E acredito que são elas que me fazem mostrar o meu lado mau. Todos nós temos dois lados, nascemos assim. Desde pequenos aprendemos a praticar o lado bom, para podermos ser pessoas melhores e convivermos uns com os outros em harmonia. Mas esse lado mau que fica ali, quietinho, sempre aparece quando nos tornamos vulneráveis as nossas fraquezas humanas e falhamos. Seja conosco, com a nossa família, com o parceiro ou parceira, com os nossos amigos, com o nosso trabalho. Sei que, se queremos crescer, evoluir, acaba tornando-se cômodo aceitar as nossas falhas sem querer corrigí-las. A análise crítica faz parte desse crescimento. Apesar que confesso que todas as pessoas que conheço que fazem auto análise, são consideradas melancólicas. Não acho. Acho que precisa de muita coragem para olhar-se no espelho e questionar a sua existência e as suas atitudes. Não é fácil pensar diferente da maioria. E pior, o mais trabalhoso e desmotivador,  é enxergar muitas mudanças à serem realizadas. É um trabalho árduo, sofrido e doloroso. Estou inclusa nesse grupo, que vive questionando a si próprio, mas que no dia a dia, continua cometendo as mesmas falhas de sempre. Aquelas velhas conhecidas e que já fez parte da sua lista de mudanças e, que a cada vez que as comete, tem a sensação de ser a pior das criaturas por voltar a estaca zero. E assim, adiciona mais um tijolo na mochila. Não podemos prever o futuro. Então por que sentimos tanta culpa quando algo que optamos dá errado? Como podemos jogar essa mochila fora e sentir-se livre, sem prestações à pagar? Estou tentando achar essa resposta, pois a minha mochila está um pouquinho pesada e está começando a doer bastante. Não as minhas costas, mas sim a minha consciência. Espero um dia conseguir achar uma fórmula (não precisa ser fácil), que faça com que eu jogue todos as culpas, ressentimentos e mágoas pra bem longe, e assim, sentir-se bem comigo mesma e com os demais dos quais eu amo tanto.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O que esperar dos relacionamentos nos dias atuais

Recentemente, li um texto de uma autora desconhecida que refletia o que sempre questionei a respeito de relacionamentos. Nele, a autora relata que não existe mais espaço para o romantismo, tampouco se tolera esperar o necessário para que as coisas fiquem prontas em seu tempo. Por que fazemos isso? Por que planejamos tanto coisas que não são palnejáveis, como a vida?
O certo é que, se não cuidarmos da forma como lidamos com os nossos relacionamentos atuais, não poderemos mesmo esperar que sejam românticos e duradouros como antigamente. (Devemos levar em consideração que antigamente a condição social da mulher era diferente. Mas mesmo assim, eram casais mais pacientes uns com os outros. Assim pensamos).
É importante não esquecermos que aquele por quem nos apaixonamos é alguém com desejos, medos, angústias e planos próprios. A rotina dos relacionamentos muitas vezes nos faz imaginar o outro como extensão de nós mesmos sem nos questionarmos sobre o que ele pensa ou quer. Partimos do pressuposto de que já sabemos.
Daí eu pergunto: Por que fazemos isso? Se pararmos para analisar, tenho a certeza de que cada um de nós já esteve nessa situação algum dia.
Um bom relacionamento a dois exige um indivíduo consciente de si mesmo e do outro como sendo duas entidades separadas. Relacionamentos tornam- se difícieis quando encarregamos o outro de suprir todas as nossas faltas e carências. Isso pode dar uma sensação de segurança e proteção, mas não consegue se estabelecer ao longo do tempo. Relacionamentos assim tendem ao fracasso, além de impedir o desenvolvimento de autonomia de cada um dos envolvidos.
Por que será que fazemos isso conosco?
Infelizmente, essa característica é mais típica em mulheres (digo infelizmente, porque sou uma ..Rs). Queria entender por que nós mulheres temos a tendência de projetar tanto as nossas vidas no outro. Projetar toda a nossa felicidade no relacionamento, sendo que ela está dentro de cada uma de nós. Ela é individual e intangível.
Parece um tanto contraditório, eu sei. Mas acreditem, não é proposital. Esse é o conflito do universo feminino. Saber como as coisas são, porém não colocá-las em prática. Imaginar e achar coisas. Ah, como eu detesto as minhas crises de achismo! Elas normalmente não me levam para o melhor caminho.
Acredito que esperamos demais das nossas "investidas" amorosas e com isso, nos decepcionamos e nos tornamos desesperançosos. Talvez, não sei ao certo. Mas estou começando a acreditar nisso. Que criamos tantas expectativas, das quais muitas vezes nem existem e vivemos uma situação imaginária da qual nos machuca profundamente.
Hoje coloquei no meu facebook uma frase na qual acredito muito: "É no convívio com o outro que crescemos, aprendemos e nos tornamos flexíveis". Seja em qualquer tipo de relacionamento, é convivendo um com o outro que somos capazes de exercer as nossas melhores virtudes e os piores defeitos, desenvolvendo assim, a nossa evolução como ser humano.
Quando os casais conseguem superar, juntos, as dificuldades que a vida traz, ultrapassam obstáculos, transpõem crises, tornam-se mais fortes como dupla e como indivíduos.
A chama do amor, do respeito e da admiração, são aspectos fundamentais para a manutenção de qualquer relacionamento.
É uma luta diária de dedicação e paciência.
Conviver é, de fato, um desafio constante.
Mas é um desafio tãaaaaao gostoso! (risos) ... Continuemos então a enfrentar todos os dias esse e os demais desafios que a vida nos traz.